quarta-feira, 31 de março de 2010

Por que não agora pra nós?

    No dia 22 de março, policiais da Bope subiram o Morro da providência com a missão de instaurar a sétima Unidade de Polícia Pacificadora do Estado do Rio. Não há dúvidas de que a notícia surpreendeu a todos os moradores da região, que animados com a novidade, apostam em dias de paz. Já na semana seguinte, foi divulgado um projeto proposto por dois professores americanos que consiste na instalação de um teleférico que ligará o Morro da providência a algumas áreas próximas, como a Central do Brasil e a Praça Mauá. Além do remanejamento de barracos construídos em locais considerados de risco.
    Com a notável parceria entre o Governo Federal, Governo do Estado e Prefeitura, finalmente está sendo reconhecida a importância da região da Zona Portuária do Rio, que esbanja seu valor histórico e cultural para a cidade. Tudo começou com a revitalização do Cais do Porto e a restauração de galpões e edifícios abandonados para o programa “Minha casa, minha vida”. Agora, está sendo tratada a questão da violência da região com a chegada da Unidade de Polícia Pacificadora no Morro da Providência e adjacências.
    Levando em consideração que a Zona Portuária é uma das principais salas de recepção do turismo carioca, recebendo os turistas de navios que atracam diariamente no Pier Mauá, fica a dúvida se todo esse processo de reconstrução regional está sendo preparado aos moradores da cidade maravilhosa, ou aos lucrativos turistas que serão muito bem-vindos em 2014 e 2016. Será que avistaremos nossos vizinhos passeando de teleférico por um preço acessível, ou apenas gringos de fisionomias finas, endinheirados? Essa é uma questão pra lá de fácil, mas por que não apostar no surpreendente, desta vez?

domingo, 14 de março de 2010

Ainda será normal?

    Nos anos de 2014 e 2016 o Brasil será o foco mundial, recebendo, respectivamente, a Copa do Mundo e as Olimpíadas Mundiais, quando naturalmente, virão para assistir aos eventos, pessoas de todas as partes do mundo. Mas será que até lá a necessidade de termos uma consciência social será um assunto resolvido?    Será ainda tão normal esperar uma condução por tanto tempo e, quando ela finalmente passar, ela literalmente... passe, sem seque prestar a “solidariedade” de parar no ponto? Acho que não precisamos pensar muito para esta resposta.
    É claro que em nenhum lugar no mundo haja um país completamente resolvido quanto a todas as necessidades sociais, mas talvez estejamos no ranking da desordem. Imagine se justamente no dia da final da Copa do Mundo, no Maracanã, São Pedro resolva fazer chover o que estaria previsto para o mês inteiro, somando o fato ao desrespeito da população de jogar seu lixo em qualquer pedaço de chão? Não há dúvidas de que a atração passará a ser o Rio Maracanã transbordando, e não mais o jogo em questão. Será ainda tão normal furarmos as filas de bancos, urinarmos nas ruas em plena luz do dia, ignorarmos as placas de trânsito e até mesmo não cedermos o lugar num assento para uma gestante ou idoso?
    Já contamos com tantos assuntos a serem discutidos, como por exemplo, o transporte e a segurança pública, que a solidariedade deveria ser um estilo de viver, e não uma maquiagem mal feita, quando tentamos nos defender da péssima repercussão mundial. Olhando o calendário, percebemos que ainda há muito tempo para alterarmos este cenário social, embora, talvez para isso precisemos não de quatro anos, mas sim de quarenta.